O QUE TE FAZ QUERER SER O MESTRE DO JOGO?–

Qualquer um pode ser mestrar uma mesa de RPG, mas escolher tornar-se o Mestre de Jogo é pura vocação–

Um começo contundente para depois me apresentar. Saudações joviais meu estimado leitor, quem escreve é Luiz Guilherme, criador do site Poliedros & Multifaces.

Primeiro vamos nos concentrar em qual é a função do Mestre de Jogo. Atualmente trabalho em uma livraria que vende livros de RPG, minha explanação mais enxuta do jogo é a seguinte:

“A sigla RPG significa Jogo de Interpretação de Personagem, e é um jogo com caráter teatral onde cada jogador vai assumir o papel de um personagem que será o protagonista de uma história contada em grupo. Os jogadores precisam tomar as decisões a respeito das escolhas e ações que seus personagens vão fazer na história. Um dos jogadores será o Mestre de Jogo. Enquanto os jogadores precisam se focar apenas em um personagem, o Mestre define como será a trama e tem sob seu controle todos os inimigos, aliados, monstros e obstáculos. Imagine em um filme: os Jogadores serão os atores, enquanto o Mestre é toda aquela equipe por trás das câmeras que faz o filme funcionar. Deu pra entender?”

Mas e aí — querer se tornar o Mestre é apenas procurar sarna pra se coçar?

Digo que não, meu caro leitor.

No meu tempo de RPGista já joguei partidas o suficiente para entender que as pessoas se divertem das maneiras mais diversas com RPG. Já conheci jogador que só conseguia se divertir se estivesse concentrado em alguma outra coisa durante a sessão, jogador cuja fixação era preparar e manipular as miniaturas e cenários de combate, jogador que só se satisfazia quando a matemática de sua ficha estava perfeita, jogador que só ficava para agradar alguém, jogador que só participava para poder se sentir em grupo, etc.

Segue-se então um momento para despejar a maior máxima do RPG: NÃO EXISTE JEITO CERTO OU ERRADO DE JOGAR, O IMPORTANTE É SE DIVERTIR.

Então meu caro Mestre, pense em si da seguinte maneira: você é um jogador que se diverte tendo mais trabalho. Sendo você do tipo de mestre psicopata que faz organograma e fichas das folhas das árvores ao repentista improvisador e enrolador, a sua vibe está em estar na cabine de comando daquele mundo onde você e seus jogadores se dispuseram a contar uma história.

Não sei de você mas posso falar por mim, uma outra máxima do RPG é que: QUEM COMPRA PRIMEIRO O LIVRO É O MESTRE — e confesso que comigo foi bem assim. Percebi que gostava mais de narrar quando eu era jogador. Meus personagens tinham mania de arrumar companheiros, bichos de estimação, ter negócios e todo tipo de característica com a qual o meu mestre em questão tinha que abdicar um pouco do controle narrativo pra mim. Por fim eu entendi como isso pode ser frustrante para outros mestres e tento me controlar mais hoje em dia.

Haja paciência para pesquisar especificidades de um cenário, de criar a trama a partir da nota de rodapé de um livro, pra criar as referências de um personagem que vai aparecer em uma cena. Você é um jogador como qualquer um dos outros a única diferença é que você se diverte antes, durante e depois da partida. Tem um trabalho a mais entre uma semana e outra? Sim, mas isso a gente vai administrando.

Meu estimado leitor, deixo essa reflexão pra semana. O que faz você querer ser o Mestre do Jogo?

Tenha uma boa vida.

O QUE TE FAZ QUERER SER O MESTRE DO JOGO?–